segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

'Esclarecida é a mulher que é educadora'

Helen Palmer dá conselhos sobre maternidade e conta que ser mãe mudou muito através dos tempo. Confira abaixo:
Ser mãe é coisa que mudou bastante através dos tempos. Na França, por exemplo, houve um tempo em que as fidalgas consideravam a maternidade uma das mais desagradáveis incumbências. Sem o menor respeito ou amor pelas crianças, era moda abandonarem seus filhos em lugares distantes, de preferência no campo, na companhia de empregados e amas. Parece estranho falarmos de assunto tão sério como esse? Mas é que antes de ser mulher vaidosa, profissional ou dona de casa você é mãe, não é? Ou quem sabe vai ser um dia.
Ser mãe é muito mais do que dar à luz uma criança. Uma verdadeira mulher, uma verdadeira mãe, sabe que seus deveres vão muito além de enfeitar, agasalhar e alimentar seu filho. Você tem a difícil tarefa de civilizá-lo.
Não seja responsável pelas futuras falhas de seu filho, deixando-o crescer longe de seus olhos e de seus carinhos.
Esclarecida é a mulher que é de fato mãe e educadora e não uma boneca mimada a criar outros bonequinhos mimados.
Cada filho é um universo, e cabe aos pais descobrir, conquistar e fazer frutificar esse novo ser.
Sim, sim. Toda mãe e todo pai devem conhecer muito bem a criança que trouxeram ao mundo - e isso só se consegue chegando-se a ela, ouvindo suas primeiras queixas, seus primeiros desejos.
Um filho bem compreendido no lar tem as melhores armas para vencer na vida, quando tiver que enfrentá-la.
Não desanime jamais. As mães podem ser excelentes amigas se tiverem com os filhos a tolerância e a paciência que têm para o trabalho doméstico.
Lembre-se: toda criança precisa brincar.
Em vez de “se encher de paciência”, você vai se encher de amor quando se lembrar de que, para o seu filho, você é símbolo de conforto e proteção.
Mas é claro que pais e filhos se cansam mutuamente. Vigiar e ser vigiado fatiga um pouco os nervos.
O importante é não esquecer que você está moldando um ser humano, dando-lhe bons ou maus exemplos. Como pode uma mãe tentar corrigir um filho que grita se ela também grita por qualquer motivo?
Desde pequenos, os filhos devem ir aprendendo a se portar bem em sociedade. Sim, minha amiga... Quando se tornarem adultos será tarde demais.
Sua criança é um ser em formação - está sempre mudando.
Sim, filhos crescem rápido. Mas não creia que quando chegarem à puberdade a sua tarefa terminou. Nesse período de turbulência e hipersensibilidade, de vaidade e egoísmo, é que eles mais precisam de compreensão.
Os jovens não sabem muito bem o que são, nem o que querem ser. E ainda por cima desconfiam da vontade de mandar dos adultos. O melhor jeito não é insistir, e sim dar a eles uma discreta mistura de apoio e liberdade.
Com inteligência e o instinto materno que todas nós temos, você lhe mostrará o que está certo ou errado, mas de maneira sutil.
Ela vai errar, provavelmente vai - afinal, nós também erramos. Mas errar é o começo de acertar também.
Você já deve ter notado que os pais que cedem a todos os caprichos infantis passam a ser considerados pela criança um joguete.
Cabe a vocês preparar jovens capazes, conscientes e úteis.
Antes de tudo, seja amiga de seu filho. Não amiga para dar guloseimas, coisas bonitas, beijos apressados e mesadas generosas.
Generosidade, aliás, é outra coisa. Você já pensou que um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece rosas?
Eu nunca prestei um favor sem sentir que nas minhas mãos ficou a lembrança do gesto de dar. Nunca dei amor de verdade sem sentir que também recebi amor. É essa a melhor forma de se sentir recompensada por todos os trabalhos. A melhor maneira de ser mulher, a melhor maneira de ser feliz.
Minha amiga, você com certeza já sabe e sente: a ternura é uma fonte inesgotável de bem! Sem ela, o mundo sofre com impertinência, excesso de autoridade, com maneiras rudes de pais e filhos... Às vezes parece mesmo que estamos sob o império da grosseria! Mas a ternura... Ah, ela é justamente o contrário disso! Ela é o extraordinário que podemos encontrar nas coisas mais comuns, é a hóspede agradável de um lar, é ela que alimenta um amor que nunca cansa nem acaba. Guarde esse pensamento, seja você mãe ou não: o que não se consegue com ternura não se consegue por nenhum outro caminho. A ternura é a grande conquistadora, aquela que tudo consegue e tudo vence!

Helen Palmer

Texto de vídeo exibido no Fantástico em 01/12/2013

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/12/esclarecida-e-mulher-que-e-educadora-diz-helen-palmer.html

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Há Momentos


Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Descomplique a vida


A vida é fácil desde que você não tente complicar as coisas. Saiba, nós que a tornamos difícil. Colabora para que o fluxo da vida, corra de forma natural, e certamento o rio em que você navega será tranquilo, mas certamente vez ou outras haverá algumas ondulações para lhe provocar animo e vontade de seguir a frente. 

Chore, grite, ame.
Diga que valeu, que doeu, que daqui pra frente só vai melhorar.
Perdoe, insista, ame novamente.
Não leve a vida tão a sério.
Descomplique.
Quebre regras, perdoe rápido, beije lentamente.
Ame de verdade, ria descontroladamente e nunca lamente nada que tenha feito você sorrir...

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 8 de julho de 2013

As bodas de cristal e a caneca de ágata

Fui pesquisar e descobri que no próximo dia 11 de julho, eu e o "meu bem" estamos comemorando o que se intitula “Bodas de Cristal”, que equivalem a 15 anos de casamento.
Então... a gente ama, luta, batalha, sorri, chora, atrasa, chega na hora, sofre, cai, levanta, espanta, surpreende, decepciona, entende, ganha, perde, cede, renova a paixão, estende a mão, tem filhos, tem medo, compartilha segredos, vibra, briga, faz as pazes, cuida, protege, preserva, persevera, alimenta, sustenta, magoa, perdoa, vacila, vence, anima, ensina, aprende, repreende, tenta, consegue, reluta, abusa, acusa, aconselha, orienta, vela, revela, machuca, cura, argumenta, encoraja, envolve, comove, esfria, aquece, aguenta, grita, silencia, provoca, apaga, acende, beija, abraça, prende, enlaça, acorda, adormece, sonha, fantasia, realiza, estabelece, esquece, recorda, vive, viaja, atravessa um mundo e toda essa jornada é comparada a um cristal – sempre associado à beleza, mas, também, à fragilidade.




 Estranha essa simbologia, porque, afinal de contas, dividir a vida com alguém nesse mundo doido, por 15 anos, sempre permanecendo “junto e misturado”, é uma prova irrefutável de amor, força, fé na vida, no passado, no presente e no futuro. 


E é a essa força – determinante nesse longo caminho – que brindaremos. Em taças de cristal? Vá lá, pode até ser. Na hora da foto fica bonito. Mas no dia a dia, no pão, pão, queijo, queijo, para segurar a onda do amor verdadeiro (que vence barreiras e desafia o mundo inteiro) o melhor mesmo é confiar naquelas canecas de casa de vó que mora no interior, sabe? Aquelas coloridas, de ágata? Pois é... Essas, sim, podem cair cem, duzentas vezes... Às vezes perdem uma lasca aqui, outra ali... Mas nunca, nunca quebram. 

 Parabéns pra nós, meu amor: pela beleza do cristal, aliada à solidez das canecas.

sábado, 8 de junho de 2013

Recomeçar



Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da Faxina Mental.

Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".

 
Paulo Roberto Gaefke




sexta-feira, 31 de maio de 2013

Conto de F. Carvalho: O olhar oblíquo da quase-freira

No primeiro piso do prédio onde ficava o escritório de advocacia de Melchior perfilavam algumas lojas dos mais diferentes ramos. Ali era possível encontrar de salão de beleza a lojas de semi-joias, confecções e calçados.  Num desses pontos trabalhava Dália, uma morena vaidosa, busto firme, cintura bem delineada e as pernas mais bonitas daquele pedaço de rua. O espetáculo não era maior porque ela usava roupas formais, sem decotes. Para cada dia tinha um diferente terninho comportado, mas insuficientes para esconder a curvilínea silhueta. Na verdade o efeito era contrário: instigava ainda mais as mentes poluídas.
Mas o que ela tinha de mais desconcertante era o olhar.
- Esta mulher é a encarnação da Capitu – disse Melchior, certa vez, ao seu amigo Manolo.  – Ela tem o olhar oblíquo!
- Olhar de ressaca, é o que você está querendo dizer, meu amigo – corrigiu o outro ao perceber que Melchior referia-se à personagem machadiana do
romance
Dom Casmurro.
- Oblíquo ou de ressaca,  seja lá o que for. Eu só sei que ela tem um olharzinho recatado e ao mesmo tempo malicioso… Ela olha com um jeito tímido, mas provocante.
- Uma safadinha, é o que você insinua! – definiu Manolo
- Isso. Isso aí. É isso que ela esconde por trás de tanto recato – concluiu Melchior.
- Mas eu acho que você está errado. Conheço essa menina. Saiu ano passado do convento. Ia ser freira, mas preferiu voltar para casa.
- Freira? Ia ser freira? Humm! E porque a belezura desistiu de ser esposa de
Jesus
?
- Não seja maledicente! Já lhe disse que essa moça é um poço de virtudes. Mesmo tendo renunciado o convento continua servindo à Igreja. É orientadora nos cursilhos, ensina o catecismo às criancinhas todos os sábados e é a voz mais linda do coral da catedral – defendeu Manolo.
- Humm! Eu sei. Mas o olhar dela me desconcerta. Definitivamente não é a candura de um anjinho que ela transmite no brilho esfuziante das suas pupilas.
- Cara, não fala assim da menina – Pediu Manolo. – Olha, eu vou te falar uma coisa: Essa moça é minha afilhada. Não fala assim dela. Puta que pariu! Como você é pervertido. Pensar horrores de uma moça tão…
- Pô! Cara, desculpas. Quem não sabe é como quem não vê. Eu não sabia que ela era tua afilhada. Mas também, quem manda ter uma afilhada tão…
- Cala a boca! – Mandou Manolo, ficando vermelho de raiva.
- Que é isso, homem? Você não é de perder a esportividade! – estranhou o outro.
Manolo, que também estava recostado no parapeito, saiu bufando e foi para sua mesa de trabalho e naquela tarde não quis mais conversa com Melchior. Mas na cabeça dele pululavam todos aqueles termos qualificativos dirigidos à sua afilhada. “Safadinha”, “olhar oblíquo”, “olhos de ressaca”, enfim, uma nova Capitu. Nunca havia olhado para Dália com estes olhos. Lampejavam agora na sua mente cenas calientes da garota, mas resistia. Tentava a todo custo ter outros pensamentos que não fossem profanos. Lembrou o quanto ele e seu compadre Olivaldo eram amigos e se estimavam. Esperou que a nobreza destes pensamentos varresse a sujeira que enodoavam a imagem que tinha da menina. “Seu olhar era mesmo dissimulado? Será que ela escondia detrás dos olhos o furacão libidinoso sugerido por Melchior?”, perguntou-se.
Era sexta-feira. Manolo foi para casa com a cabeça poluída, entupida de ideias prevaricadoras.  Não conseguiu dormir naquela noite.
….
            Corre pela boca do povo que quando o Satanás não vai, manda o secretário.  Uma destas duas coisas aconteceu na tarde do dia seguinte, um sábado, em que o centro da cidade estava mais vazio que o Saara.  Manolo precisou de uma petição que só poderia ser encontrada no hard disc do seu computador, no escritório, e para lá se dirigiu.
            Viu que o carro de Melchior estava estacionado. Tentou imaginar o que o sócio estaria fazendo àquela hora no escritório. Subiu um pequeno lance de escadas e logo se viu diante da porta. Nenhum mínimo reflexo de lâmpada acesa. Abriu a porta, entrou e ligou a luz.
            – Que diabo é isso? – Pensou consigo, assustado ao ver paramentos de freira em cima do sofá da recepção.  À esquerda uma calcinha branca, largada ao acaso. – Mas que putaria é essa? Perguntou-se, novamente.
            Abriu a porta do escritório e foi tomado por um súbito torpor. Não conseguia processar aquilo tudo. Uma inacreditável cena de sexo em meio a códigos e vade-mécuns. Divisou uma moça morena totalmente despida, mas com capuz de freira na cabeça. Gritou:
            – O que é isso?
            Os dois devassos olharam para a porta.
            – Dália!!! Melchior!!! – gritou Manolo
Melchior era o mesmo que sempre dizia com despudorado moralismo: “Local em que se ganha o pão não se come carne”.
F. Carvalho, jornalista, professor, contista e acadêmico de Direito
http://a24horas.com/politica/piaui/cronica-de-f-carvalho-o-olhar-obliquo-da-quase-freira/

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Eu sou assim...


Eu sou assim
Duas mulheres dentro de mim…
Às vezes três
Quatro... cinco... seis...
Talvez seja uma por mês.
Diversifico-me
Existe momentos em que dou um grito
Existe outros em que vivo um conflito
Apresento ao mundo a minha dor
Em outros momentos, só consigo falar de amor
A mais romântica
Melodramática
Imóvel
Chorosa ou nervosa
Carente ou decadente
Vingativa ou inconsequente
É nestes momentos em que eu não me apercebo
E transformo-me numa mulher cheia de medo
Cheia de reservas
Coberta de sutilezas
Séria e sem defesas
No minuto seguinte
No papel de mulher fatal
Transformo-me logo na tal
E nesses momentos sou a dona do mundo
Segura e destemida
Presunçosa e atrevida.
Rasgo todos os meus segredos ao meio
E exponho-me num letreiro
De poesia ou texto
Conto o que ninguém tem coragem de contar
Explico detalhes que nem é bom me lembrar
Sou assim
Várias de mim
O melhor é ninguém me conhecer
Fiquem apenas com as minhas letras
Com as minhas palavras
Na vida real sou muito mais complicada
Sou uma em mil
E quem tentou, descobriu
Que viver ao meu lado
É viver dentro de um campo minado
Que pode explodir a qualquer momento
Mas quem esteve nele
Nunca mais quis fugir
E ainda hoje cá se encontra.

terça-feira, 12 de março de 2013

"Tú se tornas ETERNAMENTE responsavél, por aquilo que cativas!"



“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.”
O pequeno príncipe